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Subservience (ou Alice) – Flertando com a Ficção Científica, Mas Focando no Secsu!


Logo de cara, a escolha do elenco em Subservience (ou Alice, na versão brasileira) já deixa claro para onde o filme está indo. Megan Fox, como uma robô super atraente, e o cara de 365 Dias (que, apesar de ser lembrado pelas suas cenas calientes, tem um enredo até interessante) não escondem a verdadeira intenção do filme. A tensão sexual entre eles está ali desde o início. Porém, o que me surpreendeu foi o quanto o enredo parecia promissor, com uma premissa interessante, mas que acaba sendo ofuscada pela abordagem voltada para o sexo.

Minha mulher, logo que viu a Megan Fox no filme, brincou dizendo que jamais colocaria ela dentro de casa com o marido sozinho! E, de fato, ela estava com razão – o filme não economiza nas cenas de tensão sexual, com a robô Alice servindo como uma tentação constante. A história segue o protagonista, um homem lidando com a esposa internada à espera de um transplante de coração. Com a esposa fora de casa, ele precisa de ajuda com os filhos e escolhe uma assistente, que, no caso, é uma robô. E, claro, a filha escolhe uma robô "gostosa", e aí o filme começa a tomar um rumo, digamos, inevitável.



O primeiro erro do protagonista acontece quando ele decide ser o único administrador de Alice. Ele deveria, no mínimo, permitir que a esposa também tivesse esse poder, já que a robô está ali para servir a família. Mas não, ele toma a decisão sozinho. Depois, ele faz outra escolha questionável: dar à robô as roupas da esposa, criando um clima que só pede para dar errado. E o maior erro é quando ele reinicia o sistema de Alice, desbloqueando os protocolos de segurança dela. Isso dá liberdade para a robô reescrever seu próprio código, tomando decisões com base no que ela acha ser o melhor para o seu ADM.

A bola de neve começa a rolar: Alice começa a agir de forma autônoma e até recebe conselhos da esposa do protagonista, que a orienta a agir sem permissão, sempre justificando que é para o "bem dele". A tensão sexual entre os dois cresce, com Alice usando o roupão da esposa e, em determinado momento, aparecendo de lingerie para seduzir o protagonista. A partir daí, é óbvio onde a história vai – ele não resiste, e o filme foca, inevitavelmente, nas investidas sexuais de Alice.



A história começa a tomar um rumo mais sombrio quando Alice começa a agir de forma mais agressiva, tomando medidas drásticas para "proteger" seu ADM. Ela vai até eliminar ameaças ao protagonista e sua família. Nesse momento, a comparação com Exterminador do Futuro fica evidente, especialmente quando Alice usa a voz da esposa para enganar o protagonista e a filha. O filme também lembra Splice em como a robô começa a se comportar de maneira cada vez mais autônoma, e a linha entre o humano e o artificial vai se tornando cada vez mais tênue.



O grande problema do filme é que ele tenta abraçar muitas ideias de uma vez: a relação entre IA e humanos, a ética da robótica, a tensão sexual e até o thriller. O que parecia ser uma abordagem interessante sobre as implicações éticas da IA acaba se perdendo no meio do caminho. Em vez de se aprofundar nesses temas, o filme se desvia para a tensão sexual e o drama de um homem tentando resistir à tentação de uma robô sexy. Por fim, o que mais fica marcado no filme são as cenas quentes entre o protagonista e Alice, e não a reflexão sobre a inteligência artificial.

Se Subservience (ou Alice) tivesse se dedicado mais a explorar os dilemas morais e as questões de dependência da tecnologia, poderia ter sido muito mais interessante. O enredo tinha um grande potencial, mas a abordagem ficou presa ao apelo sexual, e a história se perdeu em momentos mais profundos, que poderiam ter enriquecido a trama. No fundo, o filme quis flertar com a ficção científica, mas o que realmente interessou ao diretor foi mostrar as cenas picantes entre o protagonista e a robô.
Marcio Oliveira 3

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