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Beetlejuice... Beetlejuice... | Confira nossa resenha


**Beetlejuice 2024**, dirigido por **Tim Burton**, é uma sequência muito aguardada do clássico cult de 1988. O filme revive o espírito irreverente e excêntrico do original, combinando comédia sombria, visuais extravagantes e uma narrativa que brinca com o absurdo. No entanto, o retorno ao mundo dos mortos-vivos traz desafios, especialmente quando se trata de equilibrar a nostalgia dos fãs antigos e apresentar algo novo para uma audiência moderna. **Burton** aposta pesado no que faz de melhor: um espetáculo visual surreal e um humor corrosivo, que provocam tanto risadas quanto desconforto.

A estética visual de **Burton** continua sendo o destaque. O cenário é uma obra-prima de design gótico e surrealista, misturando cores vibrantes com um toque macabro. Há uma atenção meticulosa aos detalhes nos cenários, que parecem uma extensão natural do universo excêntrico de **Beetlejuice**. As criaturas grotescas e as cenas no submundo são um banquete visual que remete diretamente ao estilo icônico de **Burton**, trazendo uma sensação familiar e reconfortante para os fãs. O mundo do filme continua sendo uma personificação visual do caos e da irreverência, algo que **Burton** nunca deixou de aperfeiçoar ao longo dos anos.


No entanto, a trama em **Beetlejuice 2024** pode ser um ponto de discordância. Embora mantenha o humor negro e os momentos absurdamente hilários, o enredo, às vezes, se perde em seu próprio caos. **Lydia Deetz** (**Winona Ryder**), agora adulta, enfrenta novos desafios, e o relacionamento com sua filha, interpretada por **Jenna Ortega**, é uma peça central da história. No entanto, a narrativa não flui com a mesma coesão do original, o que pode deixar alguns espectadores se sentindo desconectados de certos eventos ou personagens. O roteiro tenta abraçar muitas ideias ao mesmo tempo, o que prejudica o ritmo em algumas partes, tornando-as dispersas e pouco impactantes.

Em relação ao humor, **Beetlejuice 2024** mantém a energia subversiva e satírica que tornou o primeiro filme um marco. As piadas metalinguísticas, o sarcasmo afiado e a quebra constante da quarta parede são marcas registradas que retornam com força total. **Michael Keaton**, novamente no papel de **Beetlejuice**, está em seu auge, trazendo a mesma irreverência caótica que o tornou uma figura icônica no cinema. Contudo, esse tipo de humor pode não funcionar tão bem para o público moderno, que talvez espere algo mais dinâmico ou emocionalmente fundamentado. Há uma certa hesitação entre aprofundar o enredo ou manter a leveza, o que faz com que a experiência geral oscile entre o brilhante e o excessivamente caótico.


O elenco, além de **Keaton** e **Ryder**, é um dos pontos fortes. O retorno de **Catherine O'Hara** como **Delia Deetz** adiciona uma camada de nostalgia e humor bizarro ao filme, enquanto a introdução de **Jenna Ortega** como a filha de **Lydia** traz frescor à narrativa. A performance de **Ortega** é sólida, equilibrando o humor sombrio e o drama familiar com naturalidade. Entretanto, alguns personagens secundários, como os novos espíritos ou figuras do submundo, são subdesenvolvidos, deixando o público querendo mais profundidade em suas histórias. O filme dá pistas de expansão do universo, mas não explora totalmente o potencial desses novos personagens, o que pode ser um desapontamento para alguns espectadores.

Além disso, a trilha sonora, composta por **Danny Elfman**, é outro triunfo. Ela combina a nostalgia do original com novas composições que complementam o tom excêntrico e sombrio do filme. As músicas capturam perfeitamente o humor da narrativa e elevam várias cenas, criando uma atmosfera imersiva. O som desempenha um papel crucial em fortalecer o surrealismo das cenas mais macabras, algo que acrescenta uma camada adicional de encanto a este universo.


Em resumo, **Beetlejuice 2024** é uma sequência visualmente impressionante e carregada de nostalgia, mas que pode deixar a desejar em termos de narrativa. Para os fãs de longa data, há muito a ser celebrado, especialmente nas atuações de **Michael Keaton**, **Winona Ryder** e **Jenna Ortega**, e no retorno ao universo macabro de **Tim Burton**. No entanto, aqueles que procuram uma história mais coesa e emocionalmente envolvente podem sair com a sensação de que faltou algo. A produção brilha em seu estilo inconfundível, mas talvez não atinja a mesma profundidade ou impacto emocional do original.
James Drury 3.5

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