Mas isso por si só não deveria ser necessário?
A verdade é que, se você está querendo analisar de forma profunda e reflexiva um filme como Deadpool, ou seja, no ponto de vista do roteiro, das motivações dos personagens etc., há uma motivação muito errada, pois o filme sequer demonstra o mínimo de esforço para ter essa proposta.
É uma comédia, uma comédia nonsense, não esqueça!
Levar esse filme a sério é um erro de quem assiste, e não do filme, e isso é uma das melhores cartadas da comédia em si, e do que se propõe em Deadpool, desde o primeiro filme. Agora, resumir o filme a isso, também seria um grande erro. O "Jesus da Marvel" carrega em si uma mensagem: o desespero atual dos grandes erros da Marvel é um terreno fértil para piadas e para, no limiar da crise do UCM, criar autocrítica sobre todas as bombas que vêm sendo produzidas.
Hora, anteriormente, o foco de Deadpool sempre foi tirar onda apenas com a Fox e a DC, e a própria carreira de Ryan Reynolds nesse universo de heróis, que começou com Lanterna Verde. Agora, a Marvel, no auge do desespero, dá carta branca para que seja usada toda uma munição contra ela nunca antes oferecida. A crítica contra as produções da própria empresa são coesas e o mundo apresentado mostra o quanto da Marvel já se produziu, que foi pro lixo, que deve ser lembrado e o que pode ser reciclável.
Junto a isso, a Marvel apela, não só na escolha das participações especiais, como Hugh Jackman, mas na cena pós-créditos, pra uma conjuntura emotiva e nostálgica, do caminho que percorreu até o presente, aceitando erros chulos e acertos esporádicos.
Agora, para além do roteiro e da trama, que não deve ser levada a sério, o filme apresenta erros. A maioria deles técnicos, voltados para montagem do filme, que tem cortes bem abruptos, ou que não fazem uma conexão fluida ao longo da história. Essa problemática, atrelada a erros de continuísmo, onde peças de uniformes e itens tem em uma cena, depois some, depois reaparece em segundos, mostra as confusões do que foi a obra. Esse erro, vai pra além das piadas e não é resguardado pela proteção do humor nonsense.
A trilha sonora, as cenas de luta e violência gratuita, o jeito Deadpool de quebrar a parede e tercer suas piadas (principalmente zuando a Marvel, a Fox e o próprio filme) e o fanservice são os pontos de tração que carregam o filme. Aliais, é importante salientar: é um filme de fanservice, para fanservice e nada mais que isso. Lembra muito o encontro entre os 3 Homens Aranhas, que parece ser mais um evento nostálgico, do que um filme propriamente dito.
Em resumo, que não entregue spoilers além dos mostrados no trailer: Deadpool vê seu universo ameaçado, para salvá-lo, ele precisa caminhar entre os multiversos atrás de alguém que possa ajudá-lo (Wolverine). Nessa aventura, o autointitulado "Jesus da Marvel" caminha entre erros e erros da Marvel, ao longo de seus multiversos e décadas de cinema, afim de encontrar uma solução para seu mundo, já que para a Marvel está bem mais difícil.
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