Assisti "Furiosa - Uma Saga Mad Max" com certa expectativa, lembrando de todas as emoções que "Mad Max: Estrada da Fúria" (ou como gosto de chamar, "Estrada da Furiosa") me trouxe. Charlize Theron já havia roubado a cena como Furiosa, e eu esperava que esse prelúdio conseguisse capturar a essência da personagem.
No entanto, não consegui ver o mesmo nível de presença imponente que Theron trouxe em Anya Taylor-Joy. A história até que é boa, mas a abordagem parece uma reciclagem do que já vimos em "Estrada da Fúria". Nada de novo, nada de original. Chris Hemsworth até trabalhou bem no papel, mas o vilão que ele interpreta parece um Imortan Joe genérico. Mesmo com o conceito não sendo ruim, faltou originalidade. Até o próprio Imortan aparece no filme, mas nem isso salvou.
Aquele impacto visual, as cenas de ação e a dinâmica que fizeram "Estrada da Fúria" um filme marcante, aqui parecem artificiais e excessivamente manipuladas por CGI. Senti falta do peso das cenas práticas, do realismo sujo e cru. É tudo tão forçadamente estilizado que não convence. E o entusiasmo? Passou longe.
Confesso que me esforcei para ver até o fim, mas foi difícil. O terceiro ato dá uma melhoradinha, mas o que mais chamou a atenção foi uma cena com Charlize Theron no final. Apesar de durar só alguns segundos e não ter nenhuma fala, foi a única que conseguiu remeter à alma de "Estrada da Fúria", porque, enfim, a Furiosa original estava nela. Mas, no fim, essa cena foi mais como um prêmio de consolação depois de tanto tempo entediado.
Tudo nesse filme me soa falta de confiança no projeto, como se a direção não quisesse se esforçar como deveria. Não priorizaram o realismo das cenas práticas, trocando-as por CGI. Não trouxeram nada original, apenas copiaram todos os pontos positivos do filme anterior. O vilão parece uma cópia do Imortan Joe e, no final das contas, nem mesmo permitiram que a atriz mostrasse um ponto positivo em sua entrega, vetando-a de raspar a cabeça. Genérico, essa é a palavra que define esse filme.
No final das contas, "Furiosa - Uma Saga Mad Max" tenta, mas não consegue replicar a mágica do filme anterior. Fica como um produto derivado, sem alma, sem a energia que fez a franquia ser o que é. Como fã raiz, senti falta daquele brilho.2 Marcio Oliveira
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