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O Telefone Preto | Crítica

        "O Telefone Preto" é um filme de terror inteligente e febril que atrairá particularmente os adolescentes. Segue os passos de "Conta Comigo" e "It – A Coisa" (ambas as versões de 1990 e 2017) quando Finney (Mason Thames), um jogador de beisebol adolescente que vive em North Denver em 1978, começa seu verão jogando contra colegas de escola como Bruce (Tristan Pravong), adolescentes que no outono passarão de competidores a aliados em uma luta desesperada pela sobrevivência.

O filme se passa no ano de 1974; O Massacre da Serra Elétrica está nos cinemas, as “bandanas” estão na moda e a mania do kung-fu está em pleno andamento. Nos subúrbios do norte de Denver, no entanto, uma figura misteriosa conhecida como Sequestrador está raptando adolescentes da rua. Esses desaparecimentos, compreensivelmente, invadiram os temerosos pensamentos do adolescente local Finney Shaw (Mason Thames), embora ele também tenha preocupações mais imediatas em mente – ou seja, um trio de valentões selvagens na escola e um pai abusivo (Jeremy Davies).

Este é um filme onde os adolescentes encontram poucos salvadores nos adultos que os cercam; eles são deixados para acertar suas próprias contas e devem encontrar um pouco de coragem em sua pequena cidade implacável. Você nunca sabe ao certo por que uma cena é engraçada ou aterrorizante, ou se você já viu uma história como essa um milhão de vezes antes. E, de fato, "O Telefone Preto" remete a outros filmes como It com a conexão com balões e pelas máscaras que o Sequestrador usa, hora sorrindo, hora zangado ou sem boca. Parece meio clichê do tipo “não fale com estranhos” ou “não vá para muito longe”, mas a pessoa acaba indo. Não é nada novo, mas ainda consegue aterrorizar você do mesmo jeito.

Adaptado por Derrickson e Robert Cargill do conto de mesmo nome de Joe Hill, "O Telefone Preto" não tenta reinventar a roda do horror. Semelhante ao método de contar histórias de Stephen King (afinal, Hill é filho de King), a narrativa se enraíza na vida familiar conturbada de Finny. Seu pai (Jeremy Davies), um alcoólatra descontrolado ainda de luto pela morte de sua esposa por suicídio, desconta sua raiva em Finney e em sua desafiadora irmã Gwen (Madeleine McGraw). Gwen por várias vezes consegue “ver” a realidade através de sonhos ou premonições, se você quiser, que podem, como Gwen acredita, ou não vir de Jesus, já que é a Ele que ela recorre antes de dormir. O pai deles, é claro, tenta obriga-la a parar com seus sonhos lhe batendo violentamente com um cinto. É muita “chiba!”

Ultimamente, em suas visões, no entanto, Gwen consegue ver uma van preta e balões pretos (no It era vermelho). É uma descrição que imediatamente levanta suspeitas entre a polícia local, já que uma onda de sequestros de crianças permanece sem solução, sem corpos ou qualquer outro vestígio deles aparecendo. As únicas pistas à disposição da polícia envolvem balões pretos encontrados nas cenas dos crimes.

Por um tempo, os sequestros mal incomodam Finney. Ele tem seus próprios demônios na escola na forma de valentões praticando bullying de forma violenta. Um garoto durão chamado Robin (Miguel Cazarez Mora) o protege quando pode, já que Finn lhe ensina matemática. Mas então Bruce desaparece e na sequencia Robin também, o que faz com que o bullying recomece. Até que um dia, enquanto caminhava para casa da escola, Finney encontra um homem com uma van preta e balões pretos que o droga e o tranca em um porão à prova de som. Seus únicos "confortos" são um colchão sujo, um vaso sanitário, alguns tapetes enrolados e… você adivinhou, um telefone preto desconectado preso a uma parede de cimento rachada.

"O Telefone Preto" muitas vezes nada de boas em águas turbulentas, particularmente através do verdadeiro vilão do filme: O Sequestrador (Ethan Hawke), que interpreta um sádico emocionalmente atrofiado que tem prazer em colocar as crianças que prende em uma série de testes para que possa abusar fisicamente delas até quando inevitavelmente falharem. Não é um salto muito grande, ou muito desagradável dizer que Hawke vai a todo vapor interpretando esse assassino psicótico. Vestindo uma variedade de máscaras literais, algumas parcialmente reveladoras e outras totalmente obscurecendo seu rosto, o ator faz escolhas ousadas aparentemente sem rima ou razão: às vezes ele interpreta o tipo extravagante, em outros, como benevolente, cruel e cômico.

O efeito resultante traz uma abertura estimulante e caminha agilmente na linha entre inquietante e fascinante; as mudanças de tom abruptas funcionam não como se fosse chato, mas como um recurso legal em um filme sem medo de ser bobo e assustador ao mesmo tempo.

Existem, claro, momentos de seriedade que inevitavelmente surgem diante de um assunto tão difícil. Assim que Finney perde a esperança, o telefone preto toca, aí você pensa: como assim, já que está desconectado? Pois é, ele toca… e até respira! E do outro lado da linha está Bruce, que a princípio achei que ele estivesse em outro quarto, mas não... E um por um dos garotos sequestrados, inclusive seu melhor amigo Robin, oferece conselhos sobre como escapar daquela prisão de concreto.

Os sustos são poucos e o terror em si deixa a desejar. É como se Derrickson não quisesse retratar algo muito horrível em um filme cheio de crianças. Mesmo assim, esta história é sobre adolescentes aprendendo a se defender em um mundo destrutivo que muitas vezes os torna impotentes. Você pode imaginar a maioria dos adolescentes encontrando conforto na determinação desses personagens principais. Madeleine McGraw oferece uma performance cativante com algumas tendências precoces do tipo Drew Barrymore em "E.T."'.

A partir daqui, “O Telefone Preto” segue um caminho sinistro, combinando um thriller de sobrevivência contido com elementos sobrenaturais. A trilha sonora inquietante e o design de som complementam a sensação interminável de pavor quando Finney é colocado em uma situação em que ele deve encontrar uma fuga. E quando começa a tocar On The Run do Pink Floyd, aí foi TOP! Grande parte do filme é passado em um local confinado enquanto você torce para que o herói escape. Do ponto de vista narrativo, o filme se destaca pela forma como constrói a história de fundo e revela as reviravoltas peça por peça.

O desempenho de Hawke é ótimo, mas um tanto limitado para seu potencial. No entanto, O Sequestrador é um antagonista que você não esquecerá tão cedo, pois ele é um novo tipo assassino mascarado. Sua máscara assustadora muda dependendo de seu humor, e você sente sua ameaça em cada centímetro de sua presença. Hawke consegue causar medo através de sua voz quando o pior pesadelo de todas as crianças ganha vida.

Os principais membros do elenco também apresentam excelentes atuações. Thames e McGraw são dois atores infantis que ocupam grande parte do tempo na tela e realizam muitas cenas complexas e emocionais. O filme também apresenta muitas cenas desconfortáveis que incluem violência com crianças e, embora possa não ser fácil de assistir, você tem que entregá-lo aos atores por vender essas situações o suficiente para torná-las críveis. A única performance que não funciona bem é James Ransone como Max, um personagem que investiga a localização do Sequestrador. Sua performance parece pertencer a um filme diferente, distante do resto do filme.

Parte da intriga do Sequestrador é o mistério por trás dele e o fato de que ele é um mal irredimível sem propósito por trás de suas ações desprezíveis. Enquanto alguns esperavam mais caracterização dele, ele atua como um ótimo antagonista. Como eu disse antes, o filme pode não oferecer muitos sustos além do tom geral de acelerar o coração, mas os sustos são bem elaborados e o ato final é ainda melhor. No geral, este é um retorno triunfante ao gênero de terror de um diretor talentoso. O filme é um presente cativante para uma nova geração de fãs de terror. James Drury 4

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