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Eduardo e Mônica – Não subestime esse Filme


Quem um dia iria dizer que essa música do Renato Russo seria um filme tão divertido, funcional e surpreendente? Eduardo e Mônica, Dirigido por Renê Sampaio, responsável por Faroeste Caboclo, Amor Quadrado, Sinistro, dentre outros, entrega aqui o seu melhor trabalho de direção – que evoluiu bastante, se comparado a obras do passado. Esse trabalho é potencializado por um elenco de altíssimo nível, onde o filme é protagonizado por Alice Braga e Gabriel Leone, que entregam uma conexão invejável para a narrativa dessa história de amor.


Primeiramente, é importante salientar que a música em si, de Renato Russo, torna-se bastante superficial (do ponto de vista narrativo) se comparada a obra. O roteiro não se prende a música, contando a história do que apenas há nela, não, muito pelo contrário. A obra fílmica de Eduardo e Mônica dão uma profundidade absurda, não só aos personagens principais, mas como todos aqueles que rodeiam eles, criando uma atmosfera complexa e cativante em um filme muitos esperam ser “apenas mais uma comédia romântica” – e está longe de ser só isso.


Os familiares e amigos do casal que protagoniza a obra, inclusive os citados na música, como o avô de Eduardo (com quem ele gostava de jogar futebol-botão), ou o amigo do cursinho que disse que “tem uma festa legal, e a gente quer se divertir”, ganham uma importância enorme, criando subtextos reflexivos extremamente atuais, mesmo se tratando de uma obra que tem seu contexto na década de 80 para anos 90.


Essa postura adotada abre espaço para explorar diversos assuntos polêmicos para a época, e, infelizmente, para os dias atuais também, como ditadura militar e liberdade sexual; mas sem fugir de um debate reflexivo sobre amor, formas diferentes de viver a vida, a dificuldade de entrar na fase adulta da vida e personalidades dos casais. Todos esses temas eles não passam pelo filme de forma superficial, ou forçada. Essa atmosfera é construída de forma sutil, mas na medida certa, o que torna a história aqui contada tão marcante: é um filme de amor, de comédia, mas não só isso e, ainda assim, é muito bom em tudo que se propõe entregar!


A conjuntura técnica do filme, que vai além de um roteiro corajoso, descontraído e super envolvente, entrega também uma preparação de elenco simplesmente genial e uma fotografia que encanta: seja nos momentos felizes, nos momentos mais marcantes, ou de transição temporal de narrativa, a conjuntura visual do filme sempre apresenta uma energia contagiante – e, obviamente, inclui-se aqui o trabalho da direção de arte, que proporciona não só uma viagem no tempo, mas elementos visuais que torna o casal ainda mais carismático e verossímil.

Eduardo e Mônica chega aos cinemas nos próximos dias, e não deve ser subestimado como “mais uma comédia romântica”. A música que marcou uma geração volta com força total em forma de filme para uma tentativa promissora de contagiar esta atual, e pode acabar entrando para a lista de “filmes brasileiros preferidos” de muitos. Surpreendente, com um humor orgânico e contagiante (sem necessidade de palavrões ou piadas forçadas), além de ser bastante reflexivo sobre a forma de viver a vida, o filme do casal pode conquistar todos aqueles que derem uma chance. 4.5 Delano Amaral

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