Como prometido, vamos falar da série Mundo Mistério, criada por Felipe Castanhari na Netflix. Durante cerca de dois anos, o Youtuber e Apresentador conhecido pelo Canal Nostalgia, dedicou sua completa dedicação para nos trazer uma série/documentário, desvendando mistérios de forma dinâmica e divertida, com uma linguagem simples e um formato que prende nossa atenção. Castanhari teve que se afastar de seu canal durante esse período, pois o projeto teve seu envolvimento em todos os processos, passando por direção, roteiro, produção, pesquisa e até a montagem do cenário, que simula um laboratório.
Fico feliz por ver a evolução de Castanhari com o decorrer dos anos, e posso dizer que ele é um dos poucos Youtubers que soube evoluir na qualidade de seu conteúdo, roteiro, produção e desenvoltura. Inicialmente seu canal falava sobre jogos, desenhos, músicas e filmes que recheiam nossa memória, que nos trazem lembranças de um tempo bom no passado, como o próprio do canal diz, ‘Notalgia’. Com o tempo, esse conteúdo passou a incorporar temas como história de bandas musicais, atores, depois fatos históricos e científicos até chegar nos mistérios que é o tema principal de sua série. O tema nunca foi aprofundado em seu canal, com exceção ao último vídeo lançado, o “ONDE ESTÃO TODOS ALIENÍGENAS? ” que teve inclusive a participação de Guilherme Briggs na narração, nos dando um vislumbre do que estaria por vir. Isso foi importante para fazer de 'Mundo Mistério' algo atrativo e inédito para o serviço streaming. Caso contrário seria bem mais fácil ir e conferir tudo no Youtube, que é gratuito.
Quem acompanha o canal Nostalgia desde o início, sabe o apresentador melhorou bastante também em sua desenvoltura, mas assistindo à série percebi que existe ainda alguns entraves, quando se trata de atuação. Ok, o cara não é ator, mas o formato no melhor estilo Mundo de Beakman, exige uma boa atuação. Isso não se aplica apenas ao apresentador, mas ao restante do elenco também. A falta disso faz com que a interação do elenco seja um pouco engessada. É perceptivo a mudança quando o Catanhari sai do diálogo e passa para a apresentação e narração, pois ele se sente mais leve e solto. Acredito que isso é algo que deve ser melhorado nas temporadas futuras.
O primeiro episódio é um dos mais importantes por definir como o padrão dos episódios seguintes, a dinâmica, os cenários e os personagens. Conhecemos o Bentinho, que apesar de não ser tão carismático como deveria para um alívio cômico, representa o espectador com questionamentos, e muitas vezes comentários sem noção. Isso serve para que o texto desenvolva, e as explicações sejam feitas com a ajuda da Dra. Tay, com observações e experiências que nos ajudam a entender na prática cada ponto citado, e a Inteligência artificial “Briggs”, que é claro que tem a voz do querido dublador, apresentando gráficos, dados e narrando os fatos abordados.
O conteúdo é muito, mas muito bom. Ótimo roteiro e montagem, e recheada de informações importantes, inteligentes e informativas, se tornando atrativa para todas as idades. É algo prazeroso ver esse tipo de conteúdo na tela da minha TV, diferente de muita coisa que vem sendo feita por aí.
Confira abaixo uma pequena sinopse do que rola em cada episódio:
- 1. Os mistérios do Triângulo das Bermudas
Castanhari lança luz sobre o mistério da região conhecida pelo desaparecimento de navios e aviões. Essa abordagem é feita através de exemplo, fotografias, animações e filmagens locais com a presença do apresentador. Tudo isso feito sob um ótimo trabalho de roteiro e edição. Descobri muitas coisas que eu não sabia sobre o assunto que despertou minha curiosidade desde a série Lost.
- 2. Os 20 milhões de mortos da Grande Peste
Um episódio quem nos posiciona sobre algo que até o momento que foi gravado, não era uma realidade. Castanhari mostra como a Grande Peste assolou a Europa na Idade Média, milhões de mortos e cidades devastadas, a primeira quarentena da história. O mais interessante é que no meio do episódio ele faz um questionamento sobre a existência de uma pandemia atualmente, e o Coronga nem tinha dado as caras ainda.
- 3. Aprendendo a viajar no tempo
Sempre deixei claro que essa é a minha temática preferida na cultura pop. Se você gostou de Interestelar, você gostará desse episódio, pois, ele aprofunda de forma clara e didática como funciona, ou não a Viagem no Tempo, funciona a distorção do espaço/tempo, velocidade da luz e a relação com a Teoria da Relatividade.
- 4. Do lobo ao cão
Nos Estados Unidos, Felipe vai ao santuário Shy Wolf para descobrir como alguns lobos se aproximaram dos humanos e deram origem aos cães há milhares de anos. Esse episódio aprofunda nosso conhecimento sobre essa relação de amizade que vem desde idade pré-histórica.
- 5. Apocalipse Zumbi. E se fosse real?
Nesse episodio vemos os casos reais de zumbis na natureza, e mostra à luz da ciência se um apocalipse zumbi seria possível, ou apenas temática de séries e filmes. Os fãs de The Walking Dead podem ficar decepcionados.
- 6. A Grande Extinção
Vendo o títilo, logo nos vem à mente a extinção dos dinossauros, mas existe diversos momentos na história de nosso planeta onde a vida foi extinta. A equipe aborda a temática incluindo as ameaças atuais e futuras de nossa existência.
- 7. O caminho para a Superinteligência Artificial
Uma das temáticas abordadas nos filmes que de fato podem acontecer no mundo real, pois estamos cada vez mais dependestes de nossa própria criação, rodeados por diversos tipos de inteligências Artificiais, e uma superinteligência artificial não é mais uma realidade distante.
- 8. Aquecimento Global. Uma grande conspiração?
Um tema importantíssimo e que vem sendo usurpado por muitos governantes com pretensões unilaterais. Nosso planeta já enfrentou mudanças climáticas antes, o aquecimento global é mesmo tão preocupante? A equipe tenta esclarecer o tema para um convidado muito especial.
Por fim, gostei bastante da série e recomendo para todas as idades. Fico aqui na expectativa pela próxima temporada, e parabéns ao narig... Catanhari pelo esforço e o trabalho.
Cearense com gosto de gás! CEO do Callango Nerd, cinéfilo, crítico, redator, desenhista, designer gráfico, professor de Cearensês e Mestre Jedi na arte de fazer piada ruim.
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