Uma das sessões de filmes na TV que mais gostava era o **Cine Belas Artes** do **SBT**. Digo que gostava porque faz muito tempo que não assisto TV aberta, então não sei se ainda existe. Foi nessa sessão que conheci diversos filmes excelentes, e em uma dessas madrugadas de sábado da vida conheci **Pleasantville – A Vida Em Preto e Branco**. Esse é simplesmente um dos meus filmes favoritos, e também foi o primeiro filme que assisti com **Tobey Maguire**.
A trama mostra a vida de **David** (**Tobey Maguire**) e **Jennifer** (**Reese Witherspoon**), irmãos adolescentes que levam vidas completamente diferentes (a rima não foi de propósito). **Jennifer** é uma garota popular da escola, preocupada sempre com sua reputação, enquanto **David** é um cara mais recluso, com poucos amigos, tímido o suficiente para nunca ter coragem de falar com a menina da escola que ele gosta. **David** não namora ninguém e passa o dia inteiro morgado em casa assistindo TV, enquanto **Jennifer** é mais agressiva e sexualmente ativa.
Assim como todo mundo, os irmãos têm planos para sexta-feira à noite, e é claro que seus planos também são bem diferentes um do outro. **Jennifer** quer aproveitar a viagem de sua mãe e marca um encontro com um cara da escola para assistir a um show em sua casa. Já **David** pretende participar de uma promoção de um canal de TV, que envolve assistir à maratona de sua série preferida, **Pleasantville**. O problema é que na casa só existe uma TV.
**Pleasantville** é uma série em preto e branco, ambientada na década de 50, que tem como protagonistas o casal **George** e **Betty Parker** e seu casal de filhos adolescentes, contando histórias perfeitas de famílias perfeitas.
Chegou a tal sexta tão esperada e os dois, é claro, acabam brigando pelo direito da TV. Quem nunca passou por isso? A briga acaba resultando na quebra do controle remoto, e a TV não funciona sem ele. Misteriosamente, um técnico de TV aparece para salvar a pátria, e ao perceber que **David** é tão aficionado por **Pleasantville** quanto ele, o técnico lhe dá de presente um controle remoto universal bem diferente (rimei de novo rsrs).
Com um novo controle, os irmãos voltam a brigar para saber quem assistirá o quê, e nesse momento os dois apertam juntos um botão que os transporta para dentro da série, tomando o lugar dos filhos adolescentes do casal protagonista.
É claro que a primeira coisa que eles percebem é a diferença dos costumes dos anos 50 com os deles. **David** até conhece e procura se misturar para não mudar o rumo da série, mas **Jennifer** não está nem aí. Com pouco tempo **David** acaba indo na onda, e passa a se policiar menos. É nesse momento que eles começam a mudar a cabeça dos cidadãos locais, lhes apresentando coisas que não fazem parte da temática da série. Uma dessas coisas é o sexo, já que a história se passa numa época em que um aperto de mãos era o maior sinal de intimidade conhecido, e já que a série é de classificação livre, nem mesmo os adultos sabem o que é isso.
À medida que as pessoas vão mudando sua maneira de ver as coisas, começam a aprender coisas novas e a fazer coisas que jamais imaginariam, algo inusitado começa a acontecer. Aos poucos as coisas começam a ganhar cor. Ou seja, quanto mais mente aberta eles forem, mais colorido o mundo se torna. É claro que, para uma sociedade cheia de regras comportamentais, pudores e conservadorismo, as novas práticas e até mesmo seus praticantes são alvos de crítica e de exclusão social, chegando ao ponto de exercerem violência como tentativa de manter preservado os bons costumes.
**Pleasantville** é lindo de se ver em diversos ângulos. A temática abordada, os questionamentos levantados, o roteiro inteligente e sua belíssima fotografia. Não tem como assistir e não sair por aí indicando ele.
Se você está interessado em assistir a uma bela obra cinematográfica, lhe aconselho assistir **Pleasantville**, um filme inteligente e simplesmente fantástico. Marcio Oliveira 5
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