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VINGADORES ULTIMATO | Análise com spoiler


Tudo que começa um dia tem que acabar, e com a saga do infinito não seria diferente. Após 11 anos e 22 filmes, chegamos ao encerramento desse ciclo que fez do MCU a maior franquia cinematográfica já vista. Filme a filme, histórias foram contadas, fomos cativados por um maravilhoso elenco, mas chegou o momento em que nem todos continuarão nessa jornada. Vingadores Ultimato veio com essa missão árdua, após o evento que dizimou 50% dos seres vivos de todo o universo. O hype, é claro, estava lá no alto e o título de “melhor filme de heróis já feito” era o que esperávamos. Será que conseguiu? Veremos adiante!

Os três atos são bem distintos, sendo o primeiro focado na conclusão dos ganchos deixados por Guerra Infinita, Homem Formiga e Vespa, e Capitã Marvel. O segundo foca na missão principal do filme. Por fim, o terceiro conta com a épica batalha, e a conclusão da Saga do Infinito. Não é um filme perfeito, e como qualquer outro, ele conta com pontos fortes e fracos, e será sob essa estrutura que farei minha análise. Lembrando que aqui você encontrará spoilers. Sendo assim, sem “leruaite” vamos partir para o que interessa.

  1. PONTOS POSITIVOS 
A OBJETIVIDADE: Do início ao fim, a única missão dos Vingadores é obter as joias do infinito para desfazer o estalo do Thanos. Independente dos acontecimentos, tudo gira em torno da missão. O filme não se desvia o foco, e nem mesmo cria subtramas desnecessários.

ACONTECIMENTOS IMPACTANTES: Thanos é morto por decapitação logo no início! Já percebeu o nível da coisa toda com essa notícia, não é? Isso só foi possível, pois, Thanos se encontrava debilitado após destruir as Joias, quando é surpreendido pela equipe e acaba sendo decapitado por Thor. A sensação é de que não tinha mais nada para fazer, o vilão foi derrotado, acabou o filme. A Melancolia toma uma proporção tão grande que ultrapassa a tela e atinge o espectador. Esse tipo de imersão acontece em diversas outras cenas também.

VIAGEM NO TEMPO: Desde Homem Formiga e Vespa, isso já era uma certeza, só não sabíamos como seria a abordagem. Para o bom entendimento da trama, é importante atentar para o conceito que nos é apresentado. Aqui a viagem no tempo é vista por outro angulo, onde mudanças ocorridas no passado não são capazes de alterar o presente, mas criam paradoxos temporais. Um conceito parecido com a linha alternativa em De Volta Para O Futuro, onde Biff se casa com a mãe de Marty McFly. Se um personagem do passado morrer, o presente continuará lá, pois, aquela história já foi escrita, e aquela morte criará uma linha alternativa.

JORNADA EM BUSCA DAS JOIAS: Esse momento faz parte do segundo ato. Com as joias atuais destruídas, eles se dividem em equipes para colher as joias em diferentes épocas da história. Na Terra, durante a batalha de Nova York, temos o Tesseract com Tony e Scott, o Cetro do Loki com Rogers, e a joia do tempo com Banner. Em Asgard durante o período de Thor O Mundo Sombrio, temos Thor e Rocket em busca do Éter. Em Morag, temos Rhodes e Nebulosa, e em Vormir, temos Barton e Romanoff em busca da joia da alma, durante a época do primeiro Guardiões da Galáxia. Nesse momento a nostalgia rola solta com acontecimentos de filmes anteriores, vistos de outros ângulos. Detalhe para o Thor que pegou não apenas o Éter, mas também o Mjounir daquela época antes de retornar para o presente.

LOKI PODE ESTAR VIVO: Durante a busca pelo Tesseract, Tony deixa o objeto escapar e Loki que estava sendo levado preso para Asgard, pega o Tesseract e some. Não sabemos que consequências isso trará, mas é bem possível que Loki apareça vivinho da Silva nos próximos filmes.

ÚLTIMO CAMEO DE STAN LEE: Já sabíamos que veríamos Stan Lee pela última vez no MCU. A cena acontece no momento em que Stark e Rogers voltam para os anos 70 para pegar o Tesseract de lá.

O CGI: A qualidade gráfica desse filme é absurda. Eles não economizaram em absolutamente nada. Nota-se na magreza do Tony no começo do filme, o rejuvenescimento do Hank Pym e de Howard Stark durante a parte dos anos 70. Sem falar na batalha final, que é de tirar o fôlego.

BANNER USA A MANOPLA: Banner finalmente tem sua serventia no filme, que é utilizar sua estrutura corporal alimentada por raios Gama, e usar a manopla para reverter o estalo, trazendo todos que sumiram de volta.

THOR VIKING: Thor ficou recluso e depressivo após decapitar Thanos. Quando o vemos novamente, ele está cabeludo e barbudo, parecendo um mendigo. O melhor é que esse visual é totalmente transformado quando ele invoca seus poderes, juntamente com o Rompe Tormentas e o Mjounir, ganhando uma aparência verdadeiramente Viking.

CAPITÃO AMÉRICA É DIGNO: O que muitos esperavam desde Vingadores A Era de Ultron acaba acontecendo, e se torna um dos pontos altos do filme. Capitão América levanta o Mjounir! Sim, ele é digno! Existe um momento em que Thanos chega a segurar o Rompe Tormentas, e muita gente se questionou se ele era digno. O que muitos não se atentaram, é que apenas o Mjounir tem essa magia, pois, foi Odin quem decretou que aquele que for digno de levantar o Mjounir poderá governar Asgard. Já o Rompe Tormentas, apesar de poderoso e ser capaz de conjurar a Bifrost, não é a legitima arma do rei de Asgard, decretada pelo Pai de Todos.

THANOS SEM AS JÓIAS: Quem pensou que Thanos sem as joias, não era nada, estava redondamente enganado, pois, aqui fica evidente que as joias eram apenas muletas, e que sem elas ele é mais ágil, perigoso e mortal. É impressionante a imponência do Titã, sempre sóbrio, e dessa vez, mais impiedoso. Esse Thanos aqui não teria deixado o Stark vivo. Percebendo o que os sobreviventes do estalo armaram, ele decide recuperar as joias, e dessa vez eliminar todos os seres vivos do universo, para recria-lo do zero.

RETORNO DOS HERÓIS: Com apenas Rogers de pé, Thanos invoca seu exército na pretensão de destruir o planeta Terra. A cena é de derrota completa, até que Rogers escuta um chiado em seu comunicador, e uma voz bastante familiar diz: “A sua Esquerda”. Portais dimensionais criados pelo Doutor Estranho e seus companheiros, surgem trazendo todos os heróis de volta. Que emocionante ver todos de volta, com o exército de Wakanda em peso, incluindo todo o aparato de Guerra do país. Inicia-se assim a batalha mais épica do MCU, digna de Senhor dos Anéis.

REFERÊNCIAS: O filme está repleto de easter eggs, mas o que mais me impactou foi durante a busca de Rogers pelo Centro de Loki. Para obter o cetro que está sob os cuidados dos agentes da S.H.I.E.L.D, que descobrimos ser, na verdade, da Hydra em Capitão América o Soldado Invernal, Rogers se aproxima do ouvido de um deles e fala: “Hail Hydra”. Uma referência ao recente arco dos quadrinhos onde o Capitão América revela ser um agente da Hydra. Outra referência é que finalmente Steve Rogers diz a frase: "Avengers Assemble" como um comando na batalha final. Isso foi lindo demais.

CARISMA DE TOM HOLLAND: No momento em que todos os heróis retornam, existe aquela comoção geral, mas quando é a vez do Homem-Aranha, a história atinge outro patamar. Tom é extremamente carismático, e rouba a cena toda vez que aparece. A cena em que ele fica em posição fetal para se proteger do bombardeio da nave do Thanos, não tem preço. O moleque é um gênio.

WANDA PUTASSA: Se existe uma personagem que derrotaria o Thanos sozinha, é Wanda Maximoff. Ela fica mais poderosa a cada filme que se passa, e dessa vez Thanos pede arrego ao ser dominado pelo seu poder.

CAPITÃ MARVEL NÃO É TÃO OVERPOWER: A visão dada para a personagem nesse filme, é algo bem diferente do que foi mostrado em seu filme solo. Aqui sua imponência é mais e a interpretação de Brie Larson, fluem com mais naturalidade. Algo de errado aconteceu no trabalho de direção do filme solo, pois, ela é muito mais interessante aqui do que lá. Sem falar na mudança do visual, com o cabelo curto que ficou muito massa. Mesmo sendo muito poderosa, Capitã Marvel não é completamente overpower, e isso fica evidente no momento em que ela enfrenta Thanos. Na primeira tentativa de retirar a manopla das mãos do Titã, ela é arremessada longe, e na segunda ele utiliza a joia do poder para nocautear a heroína. O tom da personagem ainda precisa ser acertado, assim como o carisma da mesma. O fato de ela ter falhado ao enfrentar o Thanos, mostra que ela não é tão poderosa como imaginávamos, e isso é bom. Não ser uma espécie de Deus “X-Machina” ambulante, pode trazer mais identificação do público devido à necessidade de superação. Afinal, Adam Warlock virá na próxima fase.

STARK USA AS JOIAS: Esse era outro momento que pensei que não fosse acontecer. Thanos está com a manopla e está prestes a estalar os dedos novamente. Ele pausa e diz: “Eu sou inevitável” e estala os dedos, mas nada acontece. Tony rouba as joias e diz: “Eu sou o Homem de Ferro”. Ele estala os dedos e elemina todo o exercício de Thanos juntamente com seu líder.

A CARGA EMOCIONAL: De todos os filmes do MCU, esse é o que tem a maior carga emocional. Logo no início do filme vemos o único vingador que não tínhamos notícias após o estalo de Thanos, o todo-poderoso Gavgod. De todas as perdas, posso dizer que a de Clint Barton foi a mais cruel, pois, ele foi o único sobrevivente de sua família. A cena onde vemos sua família inteira virar pó, é branda e sem trilha sonora, deixando a cena mais cruel. É angustiante vê-lo correndo de um lado para o outro sem saber o que fazer, e ouvir o desespero em sua voz.

A cena do Stark no espaço também tem seu nível de emoção, já mostrado nos trailers, mas é o reencontro com Rogers que chama mais atenção. Ver o Stark cadavérico e puto, ao ponto de jogar nos peitos do Capitão toda a sua angústia e sensação de fracasso, é de cortar o coração.

O reencontro de Thor com sua mãe, o sacrifício de Natasha em Vormir para salvar a vida de Barton, o reencontro de Stark com Peter é tudo muito emocionante, mas nada supera a morte do Tony. Pessoas choravam copiosamente quando Stark não resiste o efeito do uso das joias.

Steve Rogers também teve sua última participação na equipe, e sua despedida foi a única parte da minha teoria que acertei. Rogers volta para as épocas o de se encontravam as joias e o Mjounir, para que não houvesse problemas na linha temporal, e acaba não retornando. Rogers ficou no passado para viver com sua amada Peggy Carter, e finalmente ele cumpre a promessa da dança. Ele aparece bem velho sentado em um banco mais distante esperando por Sam Wilson, a quem entrega seu escudo e o título de Capitão América, assim como nós quadrinhos. Final digno para um personagem amado que sabíamos que não retornaria. Outro momento que o CGI está surreal.

GANCHOS: Sabemos que o filme não conta com cenas pós-créditos, mas isso não significam que não exista nenhum gancho para a próxima fase. Com a morte de Natasha Romanoff, sabemos que seu filme será uma espécie de spinoff, contando sobre seu passado.

Thor entrega seu reinado do povo asgardiano remanesce para Valquíria, e se junta aos Guardiões da Galáxia. Com certeza o veremos no próximo filme dirigido por James Gunn.

No funeral de Tony, vemos o garoto que o ajudou em Homem de Ferro 3. Esse poderá ser um novo usuário de sua armadura no futuro.

  1. PONTOS NEGATIVOS
THOR GORDO: Mesmo gostando do visual viking, foi estranho ver o Thor com um barrigão. Foi engraçado, mas podia ser menos vergonhoso, ter retirado aquele olho postiço e voltado com tapa-olho, como uma representação de desapego. Perderam a oportunidade de deixá-lo mais parecido com Odin.

HULK SEM REVANCHE: A maior decepção que tive nesse filme foi com o Hulk. Esperei que ele saísse dos escombros por conta própria, e que participe para cima do Thanos com sede de vingança, mas isso não acontece. E que diacho de regeneração peba era aquela? Hulk é conhecido como o detentor do maior fator cura da Marvel, mas depois de usar a manopla, ele fica com o braço mufino o resto do filme todo. Hulk merecia sim uma revanche, e de preferência usando a frase “Hulk Esmaga”. Isso seria lindo.

PONTAS SOLTAS: Existem diversas pontas soltas, e a destruição das joias é uma delas. Durante a conversa que Banner teve com a Anciã, ela explica a importância das joias retornarem Lara seu tempo, tanto que no final o Capitão América volta para fazer isso. Diante disso, fica em aberto o fato de que Thanos destruiu as joias do presente, e esse feito não causou nenhuma consequência. Não fica claro se é importante que as alterações temporais mencionadas por ela aconteceria apenas pela falta das joias, ou se isso aconteceria com qualquer outro fato, pois, um deles é a fuga do Loki.

ENCHIMENTO DE LINGUIÇA: Mesmo não perdendo o foco da missão, existem diversos momentos de puro enchimento de linguiça. Respeitando esse momento a história se torna mais morna, e um pouco cansativa pela falta de dinamismo. É claro que existem pontos importantes, mas muitos deles poderiam ser menos arrastados. É compreensível tudo isso para dar aquela esfriada antes do grande final, mas até engrenar novamente, temos que nos contentar com alguns momentos de chatice.
  1. CONCLUSÃO
Vingadores Ultimato é um baita filme, e seu forte é o lado emocional, mas para analisar com franqueza, preciso deixar a emoção um pouco de lado. Existem coisas que reparei na hora, mas ignorei para aproveitar melhor a sessão, mas ao assistir novamente, reparei em detalhes que passaram despercebidos. Pontas soltas sem explicação, e principalmente o fato de não ser um filme constante, contendo momentos de puro enchimento de linguiça. Em termos de qualidade cinematográfica, coerência com os próprios conceitos estabelecidos e roteiro, esse não é o melhor filme da Marvel, título que na minha opinião, ainda pertence a Capitão América o Soldado Invernal. Isso não o desmerece, pois, é o melhor “filme-evento”, e o mais emocionante de todos do MCU. Tem os melhores efeitos, e as melhores cenas de batalha, e é uma conclusão digna para a saga do infinito, e para alguns personagens. Sim, esse “alguns” é uma cutucada no decepcionante Hulk. Espero que a série faça o que o cinema não fez.



  1. FICHA TÉCNICA
Título original: Avengers: Endgame
Data de lançamento: 25 de abril de 2019 (3h 01min)
Direção: Joe Russo, Anthony Russo
Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo
Gêneros: Ação, Fantasia, Aventura
Nacionalidade: EUA
Distribuidor: DISNEY / BUENA VISTA
Ano de produção: 2019

Cearense com gosto de gás! Cinéfilo, crítico, desenhista, designer gráfico, professor de Cearensês e Mestre Jedi na arte de fazer piada ruim.


2 Comentários

  1. thanos sem joias forte foi mais um furo q um ponto positivo uns 50 magos em ação 3 nenhum tinha poder de cura foi demente!

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