E aí "negada"! Sem nenhuma expectativa fui assistir em uma cabine de imprensa organizada pelo Espaço/Z, a esse que pode ser considerado como um dos melhores filmes do ano. Blade Runner 2049. Não é um filme que exija uma intimidade com o filme anterior, ou os curtas para a compreensão, mas é necessário para o posicionamento dentro da história. Agora sem "leruiate" vamos partir para o que interessa.
- INFORMAÇÕES
Titulo Original: Blade Runner 2049
Data de lançamento 5 de outubro de 2017 (2h 43min)
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Ryan Gosling, Harrison Ford, Jared Leto, Dave Bautista
Gêneros Ficção científica, Suspense
Gêneros Ficção científica, Suspense
Nacionalidade EUA
Distribuidor SONY PICTURES
Ano de produção 2017
Califórnia, 2049. Após os problemas enfrentados com os Nexus 8, uma nova espécie de replicantes é desenvolvida, de forma que seja mais obediente aos humanos. Um deles é K(Ryan Gosling), um blade runner que caça replicantes foragidos para a polícia de Los Angeles. Após encontrar Sapper Morton (Dave Bautista), K descobre um fascinante segredo: a replicante Rachel (Sean Young) teve um filho, mantido em sigilo até então. A possibilidade de que replicantes se reproduzam pode desencadear uma guerra deles com os humanos, o que faz com que a tenente Joshi (Robin Wright), chefe de K, o envie para encontrar e eliminar a criança.
Fazer uma continuação depois de trinta e cinco anos não é um desafio fácil, mas o diretor Denis Villenueve conseguiu fazer isso de forma exemplar, sendo saudosista e deixando sua marca ao mesmo tempo. Diferente do que os trailers apresentam esse filme não é de ação e sim um suspense de uma profundidade psicologia única. Algo que fará com que muita gente torça o nariz. Mas calma Blade Runner tem muito a oferecer. Acompanhamos uma história sombria em um futuro nada otimista, onde presenciamos diversas situações acerca do significado da vida, seja ela natural ou artificial, o preconceito entre as espécies.
O maior trunfo de Blade Runner 2049 está na ambientação fria que consagrou o clássico de Ridley Scott. O clima sombrio, carros voadores, a chuva constante, megacidades com prédios imensos e ruas vazias, gigantescos painéis em neon, o vazio no rosto das pessoas, a sequidão e a decadência humana. Tudo está lá. Em meio a tanta sequidão, é impressionante como a personagem com mais vivacidade é Joi (Ana de Armas) um holograma com quem K (Ryan Gosling) tem uma relação romântica, sendo extremamente importante para a narrativa.
Ryan Gosling apresenta um protagonista intencionalmente sisudo, o que é perfeito para que possamos compreender todas as suas questões. K tem consciência de que é um replicante, diferente de Deckard (Harrison Ford) que retorna nesse filme. Essa aceitação faz com que o personagem tenha toda uma "certeza" sobre quem é, mas é partir do momento que essa "certeza" é abalada que começa toda uma jornada de redescoberta sobre si mesmo. Sentimos toda a intensidade e confusão em meio a crise existencial de K, ponto onde o filme trabalha questões filosóficas sobre a vida, sobre a alma, dando maior compreensão sobre a forma de agir das duas espécies racionais que coabitam a Terra, humanos e replicantes. Essas diferenças existentes levam ao ódio, e ao preconceito.
O ritmo é demasiado lento, intencionalmente é claro, mas que por muitas vezes me perguntei se poderia ou não ser mais dinâmico. Foi nesse momento que notei que tudo aquilo foi feito para nos seduzir com todas aquelas cores, toda aquela tecnologia, saciar nossos desejos sem nos importar com o que é ou não real.
Dave Bautista tem uma pequena, porém marcante participação dramática. Exatamente, dramática. Sua excelente interpretação mostra a importância de uma boa direção, capaz de expor o que há de melhor em um ator. Outro ator que aparece pouco, o que é uma pena, é Jared Leto. Muito se discutiu sobre suas cenas em Esquadrão Suicida, onde os fãs justificavam seu pouco tempo de tela como o principal responsável pelo péssimo desempenho do ator como Coringa. Sua pequena participação nesse filme é de uma excelência que mostra realmente que a culpa não foi dele em Esquadrão Suicida, e sim da direção. Leto é um excelente ator e provou isso mais uma vez. Outro destaque é Ana de Armas como Joi, simplesmente apaixonante cumprindo perfeitamente o objetivo da personagem. Imaginar como seria ter um relacionamento daquela forma.
O filme também apresenta uma ótima trilha sonora e excelentes efeitos visuais e uma incrível direção de arte.
Respondendo a pergunta título do post, sim, vela muito a pena assistir. Como eu disse antes, eu só o achei o filme arrastado de mais, porém tudo isso é justificado e até mesmo a conclusão não faria o mesmo sentido se o filme fosse mais dinâmico. Mas o que irá atrapalhar a experiência do espectador não tem nada a ver com a execução do filme, e sim com o marketing. Blade Runner está sendo vendido como um filme de ação, mas não é. Dennis Villenueve entregou um excelente filme com uma ótima narrativa e uma profundidade única.
"Cê é o bichão mermo ein doido?"
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